segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Doutrinas de Homens (continuação)


“Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.”
(Mateus 23:26)

Jesus condenou severamente os líderes religiosos que atam fardos pesados com normas, exigências e condenações nos ombros das pessoas. E muitos líderes religiosos interpretaram de uma forma errada a Bíblia por falta de cultura ou estudo da Palavra, achando que a nossa diferença deveria ser exterior. Sobre isso lemos no texto acima que se há algo para ser mudado em nós, deve ser primeiro o nosso exterior. Como estamos sendo treinados para sermos líderes na Casa do Senhor temos que tomar cuidado para não julgarmos as pessoas pela sua aparência, pois isso é atitude de “fariseu”. E é assim que muitos pregadores de usos e costumes fazem:


julgam as pessoas pela sua aparência, querem ser diferentes do mundo mais são iguaiszinhos a eles, em pensamentos e até em atitudes!

3. UMA INTERPRETAÇÃO ERRADA SOBRE VAIDADE
Tanto o mundo quanto algumas igrejas têm uma visão distorcida a respeito de “vaidade”. Pensam que vaidade esta relacionada à nossa aparência, e é mais uma vez a Igreja tendo o mesmo pensamento que o mundo. Precisamos estudar a palavra "vaidade" no original hebraico e grego, línguas originais da Bíblia.
No hebraico, “vaidade” vem de duas palavras. A primeira é “habel”, que significa “vazio, oco”. E era usada para referir-se ao abandono do único Deus verdadeiro e à busca dos ídolos para satisfazer às suas necessidades. A adoração a ídolos, então, tornou-se sinônimo de vaidade, pois era como se o povo israelita estivesse buscando ajuda no vazio (II Rs 17:15).
A segunda palavra era “shav”, também quer dizer “vazio”, num sentido mais ligado à desolação e abandono.
No grego, vaidade é representada pelo substantivo “mataiotes” e também significa vazio.
O Pr. Ricardo Gondim no livro “É proibido – O que a Bíblia permite e a Igreja proíbe” declara:
“Não há qualquer relação entre vaidade e o uso de jóias, roupas ou ornamentos. Seu significado, em primeiro lugar, refere-se ao mundo criado que, no pecado e sem preencher o propósito inicial para o qual foi criado, tornou-se vazio. (...) Salomão também usa a palavra vaidade nesse sentido de algo vazio, oco. Quando escreveu o livro de Eclesiastes, cansado e profundamente amargo com a vida, ele concluiu, de um modo sarcástico, em diversos pontos do texto que (...) “tudo é vaidade” (Ec 1:2). (...) A palavra “vaidade” não é um termo que descreve uma pessoa cuidadosa de vestimenta ou de adornos do corpo; (...) esse vocábulo refere-se ao modo de viver de uma pessoa que busca valorizar-se através de meios terrenos e passageiros.”

4. OS USOS E COSTUMES
Nas épocas do Antigo e do Novo Testamentos haviam alguns costumes que não são obrigatórios seguirmos, pois eram exigências para aquelas épocas, como veremos aqui.
No Antigo Testamento há a seguinte ordenança de Deus:

“Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça,
nem danificareis as extremidades da tua barba.”
(Levítico 19:27)

Nas igrejas de usos e costumes prega-se ao contrário: não se pode deixar a barba e deve-se cortar o cabelo, quem não obedecer é discriminado e considerado rebelde (e se alguém está em

DOUTRINAS DE HOMENS

uma dessas igrejas e não obedece, com certeza é rebelde, pois devemos obedecer a nossa liderança).
No Novo Testamento o apóstolo Paulo diz:

“Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?”
(I Coríntios 11:14)

“Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.”
(I Coríntios 11:15)

Sem o devido estudo do contexto histórico, ou seja, do que acontecia na época em que Paulo escreveu essa carta à Igreja de Corinto, podemos ficar confusos. O que está acontecendo aqui não é uma controvérsia, mas uma questão de costumes de épocas diferentes. Pois estudando a história vemos que Jesus usava os cabelos compridos como os judeus da época. Percebemos também que em nenhum momento o apóstolo condena ao inferno o homem que deixa o cabelo crescer ou a mulher que corta o seu cabelo.
Em relação às mulheres, aconteceu que muitas prostitutas visitam a Igreja de Corinto, e na época elas usavam o cabelo raspado ou curto e na igreja não estava dando para diferenciar as irmãs. Hoje em dia não existe mais esse problema, e Jesus em nenhum momento disse que seríamos conhecidos como discípulos dEle pelo tamanho do nosso cabelo mas sim, “se vos amardes uns aos outros.” (João 13:35).
Quando lemos I Tessalonicenses 5:26: "Saudai a todos os irmãos com ósculo santo", não devemos entender que é uma ordem a ser obedecida ao pé da letra, pois em algumas culturas homem beijar homem é indecoroso, enquanto em outras, como na Rússia, o “ósculo” entre pessoas do mesmo sexo é perfeitamente aceitável. Acima de tudo, é preciso entender o contexto histórico sem deixar de lado o princípio universal que o apóstolo quis ensinar: devemos tratar-nos afetuosamente (acima, portanto, de qualquer compreensão cultural do que significa afeto).
Igualmente, seria absurdo declarar que o texto de I Timóteo 4:8 é também uma proibição: "Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser". Obviamente, não há aqui, uma proibição, mas uma exortação a refletirmos sobre valores e prioridades. Em uma sociedade obcecada pelo culto ao corpo, é necessário chamar a atenção para o fato de que a modelação física, através de exercícios, não traz em si o valor sublime do crescimento espiritual.
Pensar o contrário é tão errado quanto achar que Paulo está combatendo o casamento quando pergunta: “Estás casado? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento” (1 Co 7:27). A resposta para essa frase deve ser compreendida no contexto ministerial daqueles dias em que as viagens demoravam meses inteiros. Sendo assim, uma pessoa casada teria dificuldades em administrar um casamento com tantas ausências. A sugestão era às pessoas que, sentindo-se chamadas para o ministério, não ficassem tão ansiosas para se casarem. O casamento, nesse contexto, limitava o potencial de quem desejasse dar-se inteiramente ao ministério e, de igual modo, prejudicaria a vida conjugal de quem por ela optasse.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Doutrinas de Homens


“Em vão me adoram; pois ensinam doutrinas que não passam de regras criadas por homens.”

(Mateus 15:9 – Versão King James Atualizada)

“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies?

As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;

As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.”

(Colossenses 2:20-23)

Introdução

A Bíblia diz que o povo de Deus perece por falta de conhecimento (Os 6:3) e muitos já se desviaram e/ou fizeram outros desviarem-se da fé por causa da falta de conhecimento do que é a doutrina de Jesus e a doutrina dos homens.

Temos que distinguir aquilo que é doutrina (que quer dizer ensinamento) de Jesus e o que é doutrina de homens. Você já tem aprendido a doutrina de Jesus e agora você vai conhecer um pouco sobre as diversas doutrinas dos homens, muitas delas tachadas como “doutrina de Deus”.

Não há nenhum problema em um pastor ou uma denominação criarem suas próprias doutrinas (além das doutrinas de Jesus), desde que as mesmas não vão contra a Palavra de Deus e nem são postas como fator decisivo para a salvação.

1. Como saber quando a Doutrina é a de Deus ou dos Homens?

A) A Doutrina de Deus está sempre implícita em Sua Palavra, são ordens ou ensinamentos do próprio Deus ao Seu povo;

B) A doutrina de Deus é para a salvação a dos homens é para os homens;

C) Quando Deus diz para não fazer Ele mostra claramente que se nós fizermos não vamos herdar o Reino de Deus (Gl 5:21; Ap 21:8).

Alguém diz: “O rock é do diabo; o samba é um ritmo mundano, dançar é coisa do mundo e etc...” e os mais fanáticos chegam a afirmar que aqueles que dançam ou louvam a Deus com esses tipos de músicas não são de Deus e põem em jogo até a salvação deles! Outros mais conservadores dizem que é para não escandalizar, pois devemos ser diferentes do mundo, então a nossa música e a nossa maneira de louvar a Deus devem ser diferentes. Entendemos que ambos estão equivocados, já que as Escrituras não dão respaldo algum para tal afirmação, a não ser a má interpretação de algumas passagens bíblicas.


Todos os sons e instrumentos foram feitos para louvar a Deus. Durante muito tempo a Igreja tem entregado esses ritmos ao diabo. Mas a Igreja do Avivamento tem se levantado para resgatá-los e entregar ao Senhor o louvor que só Ele é digno de receber (I Sm 4:5; Sl 149:3; Jr 31:4).

Muitas vezes os homens chegam a ser mais severos do que Deus, julgando e condenado os seus fiéis, sendo que o próprio Jesus disse para não julgarmos a ninguém e nem Ele mesmo se intitula Juiz, mas Advogado (Mt 7:1 - 2; I Jo 2:1).

Quem desobedece às suas doutrinas é proibido de batizar-se, participar da Ceia do Senhor e etc.


2. Interpretação correta do texto de I Pe 3:1 - 4

Nesse texto o apóstolo Pedro não estava proibindo as mulheres de usar jóias, mas as alertava a não se preocupar somente com a beleza exterior e sim, em agradar aos seus maridos com a beleza interior.

“Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher;

porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus.”

(Deuteronômio 22:5)

Para julgarmos o que é e o que não é roupa de homem e roupa de mulher, devemos conhecer a cultura de cada país. Por exemplo: na Escócia, faz parte da cultura do país os homens usarem saias, logo, lá, a saia não é uma roupa apenas do vestuário feminino. E devemos também lembrar que Jesus nunca vestiu uma calça social, terno e gravata.

EZEQUIEL 16:10 - 13

Nesse texto vemos Deus falando sobre a restauração de Israel, comparada a uma mulher vestida com as melhores roupas, saias, pulseiras e jóias. Percebe-se então, que Deus não é contrário a nos arrumarmos e estarmos bem vestidos. Ou Ele ilustraria a restauração de Israel através de atitudes das quais Ele não se agrada!?

Além disso podemos ver na Bíblia:

José que era um homem piedoso e temente a Deus, arrumava-se com as jóias que Faraó lhe presenteou (Gn 41:42);

Isaías usa a linguagem das roupas, jóias e adornos para simbolizar a bênção de Deus sobre Israel (Is 52:1);

Em uma profecia, Jeremias, compara o cuidado de uma noiva em não se esquecer de seus adornos, com Israel, que é indesculpável quando se esquece do Senhor (Jr 2:32);

Daniel que é considerado um homem sem vaidades por ter recusado a contaminar-se com os manjares do rei. Não se recusou a vestir-se de materiais caros, ornar-se com beleza e andar de acordo com a moda da Babilônia, onde estava exilado (Dn 5:16 - 29);

Para o sumo sacerdote Josué, vestir-se com roupas caras representou uma virada na sua sorte, e a partir de então ele se vestiria de roupas finas (Zc 3:4);

Em uma de suas parábolas, Jesus fala sobre um homem que negociava pérolas (Mt 13:45 - 46), e não atribuiu a ele qualquer valor negativo. Em algumas igrejas talvez, um vendedor de pérolas fosse aconselhado a abandonar o seu negócio, pois estaria vendendo objetos de vaidades!

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato,

mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade.”

(Mateus 23:25)

“Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.”

(Mateus 23:26)

Jesus condenou severamente os líderes religiosos que atam fardos pesados com normas, exigências e condenações nos ombros das pessoas. E muitos líderes religiosos interpretaram de uma forma errada a Bíblia por falta de cultura ou estudo da Palavra, achando que a nossa diferença deveria ser exterior. Sobre isso lemos no texto acima que se há algo para ser mudado em nós, deve ser primeiro o nosso exterior. Como estamos sendo treinados para sermos líderes na Casa do Senhor temos que tomar cuidado para não julgarmos as pessoas pela sua aparência, pois isso é atitude de “fariseu”. E é assim que muitos pregadores de usos e costumes fazem.

(alguns trechos foram tirados do livro é proibido proibir de ricardo Gondim) Continua....